Vida ao Redor: modos de habitar no caminho de volta para casa
Giovanna Campos Lopes
Disciplina: TCC
Tipo de trabalho realizado: Pesquisa Projeto
Autor(a): Giovanna Campos Lopes
Nome do Orientador(a): Erica Azevedo da Costa e Mattos
Departamento de vínculo do orientador(a): Departamento de Projeto (PRJ)
Titulo do Trabalho: Vida ao Redor: modos de habitar no caminho de volta para casa
Resumo do trabalho: Este trabalho é resultado de um processo de descoberta sobre o lar e dos seus componentes. Por isso, foi desenvolvido ao longo de um ano e resultou em diferentes produtos, como textos com pequenas reflexões, contos, histórias e uma “colcha de retalhos”, que não só suporta os volumes criados, mas também permite a incorporação de novos modos de usar, vestir e habitar.
Ele considera que o lar não é feito por uma fórmula mágica do projetar, mas sim por diversos seres viventes com distintos modos de que são incorporados ao longo da vida em determinados territórios e digeridos para construí-lo.
Assim, busca estimular as pessoas por meio do mundo dos sonhos e da imaginação a enxergar a vida ao redor que habita seus territórios particulares.
Esses territórios particulares se conectam no caminho de volta para casa, unindo-se através da costura da vida, representada pelos rios, possibilitando compartilhar, moldar, sofrer transformações e encontrar alternativas para arquitetar o lar em um mundo cada vez mais desafiador e sobrecarregado.
Dessa forma, o trabalho é uma tentativa de resgatar a vontade de testar, procurar soluções e aprender com os seres viventes que compartilham um mesmo território chamado natureza, fazendo uma crítica ao homem moderno por ter se distanciado da natureza e deixado de enxergar a vida ao redor, o que nos leva ao cenário atual de crises climáticas, catástrofes e acúmulo de lixo.
Vivemos em um mundo que não valoriza a imaginação e o devaneio. Refletir sobre outros seres e seus modos de viver é frequentemente considerado perda de tempo, pois o humano é visto como mais importante.
O foco excessivo no humano exclui outros seres e espécies, colocando-nos como criadores e donos da natureza. As outras espécies perderam espaço nas cidades, e as crises climáticas deixaram de ser apenas avisos, mas segue-se acreditando que a espécie humana sempre se salvará.
Assim, torna-se cada vez mais necessário repensar o modo de habitar e lidar com o planeta. É preciso recuperar a visão dos povos ameríndios e se abrir para a vida ao redor através dos sonhos, para que seja possível se interessar por ela e propor modos de habitar mais ecológicos, harmônicos e possíveis nesse cenário de catástrofe iminente.
Portanto, o trabalho compreende que reconhecer a vida ao redor é uma maneira de encontrar o caminho de volta para o lar, para que assim seja possível reconstruí-lo.
O trabalho se desenvolve em volumes que contam a história de um povo que está na caminhada rumo à terra natal em meio a revolta das águas e do solo. Ao longo da caminhada, começam a sonhar e, recuperando os modos de incorporados, propõem novas maneiras de habitar.
Não encontraremos soluções milagrosas para evitar o fim do mundo, mas podemos aceitar a responsabilidade pelas ações do humanismo, lidar com o incômodo e propor novos modos de habitar para encontrar nosso lugar no mundo em meio às angústias.
Área relacionada: Arquitetura especulativa, crise climática